Uma visão objetiva faz parte de uma vida de yoga. Contudo, isso não quer dizer que os sonhos devem ficar de fora. Sonhar é uma parte essencial da condição de estar vivo, tanto no sentido literal quanto poético.
A proposta que nasce dessa visão, entretanto, é que sejamos capazes de sonhar sem perder o contato com o chão. Nesse sentido, não basta sonhar, é importante que o sonho tenha um ponto de conexão com nossa realidade atual e faça vibrar nosso coração seja por seu propósito ou beleza.
Um grande mestre da tradição do yoga, Swami Sivananda dizia “As pessoas variam em suas capacidades físicas e mentais para realizar coisas. Portanto, cada um precisa ter um ideal que melhor se adapte a seu próprio temperamento e capacidade e deve ir em busca dele com entusiasmo e atuação dinâmica.”
Partindo dessa perspectiva e tendo visualizado no horizonte o “castelo” onde queremos chegar ou que pretendemos erguer, voltamos o olhar para onde estamos pisando e construímos o caminho que nos levará até ele. Equipados com coragem, paciência e disposição para lidar com os obstáculos e também para refazer a rota quantas vezes for necessário.
Saber que a felicidade não estará lá, que ela é sua natureza, dá um novo sentido a essa busca. Agir em prol de um objetivo significará, então, dar vasão a sua plenitude e expressar sua gratidão pelas capacidades e recursos que dispõe.
Com isso, deixamos de lado a condição de meros consumidores e passamos a ser contribuidores, essa mudança é fundamental para nosso amadurecimento e para o desenvolvimento no yoga.
É fundamental também ter em mente o recado dado por Krishna na Bhagavadgita: Sua capacidade é somente quanto à ação, jamais quanto ao resultado. Não queira ser a causa do resultado da ação, tampouco esteja sujeito à inação.
Dessa forma, receba cada resultado como um presente, as variáveis não são aleatórias e mesmo quando o fruto de uma ação não é doce, tem sua razão e cumpre um papel importante. Aprendemos com ele e seguimos adiante.
OM
Por Gilberto Schulz
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