Chego em casa. Mais um dia.
Ninguém me cerca, ninguém repara
Ninguém me faz festa no silêncio da sala.
Sou eu, só eu.
E meu cachorro, chamado Karma.
Meu cachorro chamado Karma
noite e dia só bem me atrapalha
E me late alto, me pondo descalço
Pra pisar a grama que ele fez virar palha.
E me rosna alto e mais alto me diz
que fui eu que, desde o início, o quis.
e, de cego assim, e surdo, em brasa.
Não encontro sem ele o caminho de casa.
Se rói os móveis? Por Deus, quem me dera!
Gosta é de me roer os cantinhos dos ossos.
Ponho a cantar, mas ele nunca adormece. Ponho a fugir, mas ele nunca me esquece.
E se corro pra longe, de longe me grita.
Aí, eu confesso, começo a xingar.
Mas quanto mais xingo, mais gordo ele fica.
Por Lara Spíndola
Yogini, poeta e artesã
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