O poder desperta tanto interesse como aversão no coração das pessoas, enquanto algumas são sedentas por ele, outras preferem se esquivar desse assunto.
É bem verdade que se trata de um tema complexo que pode ser visto por diferentes ângulos revelando tanto beleza quanto horror.
Nesse artigo te convido a olhar pela perspectiva do autoconhecimento com base numa recente pesquisa que corrobora um efeito da prática por vezes desacreditado e tido como mero estímulo motivacional.
Uma das características mais marcantes da prática de yoga é a natureza psicofísica dessa atividade. A atuação das posturas vão além do estímulo físico e fisiológico atuando também sobre os estados mental e emocional.
Com base nesse princípio alguns professores de yoga destacam, por exemplo, que ao realizar o Virabhadrasana, a postura do guerreiro, desenvolvemos atributos correspondentes que remetem a uma idéia de poder como força, determinação, coragem e iniciativa.
Nesse caso, um poder muito bem vindo, no sentido de sermos capazes de assumir responsabilidades, de encarar as dificuldades e os desafios da vida e também de colocarmos limites em certas relações.
Pelo tempo dando aula, sempre me dispondo a conversar com os alunos, sei que alguns consideram isso uma bobagem como se não houvesse relação entre uma coisa e outra.
Por vezes consegui elucidar a lógica dessa relação de forma direta, em alguns momentos só funciona quando me valho de estudiosos ocidentais como Wilhelm Reich, ainda assim, alguns seguem com uma pulga atrás da orelha.
Pensando nesses que, ao me deparar com a pesquisa de uma professora da Universidade de Harvard, instituição de alta credibilidade entre os céticos, que decidi escrever esse artigo.
A psicóloga social Amy Cuddy professora da Harvard Business School que estuda como a linguagem corporal afeta nosso estado emocional realizou uma pesquisa que nos fornece uma interessante contribuição no sentido de atestar esse efeito psicológico promovido por certas posturas.
Ela fez um estudo de como algumas posturas interferiam nos níveis de testosterona e cortisol, hormônios presentes tanto em homens com em mulheres relacionados a estados emocionais de autoconfiança e estresse.
Os que ficaram em posições que ela chamou de “posturas de alto poder”, semelhantes às posturas do guerreiro, virabhadrasana I e II, tiveram um aumento de 19% nos níveis de testosterona e 25% de redução nos de cortisol.
Já o grupo que permaneceu em uma postura com o tórax fechado, com os braços cruzados por sua vez apresentaram uma queda de 20% na testosterona e um aumento de 15% no cortisol, praticamente o oposto.
Segundo ela, essas posições são de poder pois a testosterona contribui para um aumento da força e da coragem e o cortisol baixo possibilita uma maior capacidade de gerenciar situações difíceis e estressantes.
Ou seja, se uma pessoa quiser mudar o seu estado emocional, tem como um dos caminhos, a mudança da postura física conforme o yoga propõe há milênios.
Da mesma forma que nossa condição psicológica se manifesta na nossa linguagem corporal, podemos atuar na psique alterando a estrutura física que traduz esses estados.
Essa relação entre corpo e o estado mental-emocional é explorada de diversas formas numa prática de yoga bem elaborada.
Tanto pela atuação no sistema nervoso-energético como no hormonal no sentido de equilibrar suas funções. Naturalmente, esse trabalho se torna ainda mais efetivo quando adequado a cada caso e momento.
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Mais que um efeito momentâneo uma prática consistente dissolve condicionamentos e possibilita toda uma reconfiguração de padrões neuromusculares, hormonais e, consequentemente, comportamentais.
Se você se interessou nessa relação e gostaria de colocar a prova, experimenta fazer a sequência apresentada no vídeo abaixo para elevar sua autoestima e despertar seu poder pessoal.
Só não se esqueça que quando fazemos mal uso desse poder, expressando-o com arrogância e inadequação, Shiva corta nossa cabeça, decapita nosso egocentrismo e Ganesha puxa nosso tapete nos dando uma chance para refletir sobre a forma como estávamos a conduzir nossos rumos.
Boa prática e harih om!
Por Gilberto Schulz
Gilberto Schulz tem formação técnica em yoga pela ABPY e participação em cursos no Brasil e na Índia com professores de referência da tradição do yoga.
Atua há mais de 10 anos ensinando yoga e meditação
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