
Uma das vítimas retiradas pelo Corpo de Bombeiros dos escombros dos prédios que desabaram em Muzema na zona oeste do Rio, Luciano Paulo dos Santos, contou que ficou quase quatro horas de baixo dos entulhos.
E que, graças às técnicas corporais e de respiração aprendidas e desenvolvidas durante aulas de yoga, conseguiu se manter vivo nessas condições extremamente adversas.
“Eu escutava os bombeiros falando, fazia barulho, mas eles não me ouviam. Eu faço ioga e fui me contorcendo com movimentos que aprendi para tentar escapar. Consegui colocar um dos braços para fora. Foi quando me acharam. A ioga me ajudou neste momento: movimento e respiração”, disse Luciano
Reportagem de Marcela Lemos e Mirthyani Bezerra em colaboração para o UOL, no Rio, e do UOL, em São Paulo. Publicado em Sobrevivente de desabamento no Rio
Esse relato é interessante e oportuno pois mostra uma característica importante do yoga que talvez não seja claramente percebida pelo público em geral, dessa atividade como um meio, uma ferramenta para lidarmos com as dificuldades da vida.
Yoga não é para cultivarmos uma paz alienada, desvinculada das situações adversas nem para fingir que elas não existem enquanto estamos sobre o tapetinho de prática, é justamente o contrário, para que estejamos preparados para encarar os desafios da melhor forma que pudermos.
Gostaria de se aprofundar sobre essa visão mais abrangente do yoga? Leia também Yoga como um modo de vida
Obviamente esse caso retrata o cenário mais extremo possível, mas que bom que ele pôde se valer desses recursos quando precisou. É claro que não significa que o yoga por si só o salvou, existem muitas variáveis que o favoreceram nessa circunstância que podemos chamar de benção de Deus ou de sorte.
O importante é que ele se salvou e que essa mensagem ecoe. Esses dias comentei que yoga sem barulho de obra é para os fracos, pois isso não deveria ser um empecilho para nossa prática e esse exemplo eleva exponencialmente o exemplo que dei. Ele usou os recursos do yoga no meio dos entulhos.
Ele usou o que sabia da forma que era possível. Essa é uma grande lição até para os yogis experientes.
Acredito que não será difícil desenvolver uma atitude de contentamento em relação ao local e às condições nas quais podemos praticar yoga depois desse relato, certo!?
Obrigado pela lição, Luciano Paulo dos Santos. Que você consiga retomar os rumos da sua vida e que o yoga siga sendo um importante aliado também nesse processo.
Namaste,
Por Gilberto Schulz

Gilberto Schulz tem formação técnica em yoga pela ABPY e participação em cursos no Brasil e na Índia com professores de referência da tradição do yoga. Atua há mais de 10 anos ensinando yoga e meditação
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