
É comum que alguns alunos me perguntem se sou budista por incluir meditação em minhas aulas. Por mais que aprecie e já tenha estudado sobre o budismo, essa não é a linha que sigo nas aulas nem pessoalmente.
Essa indagação retrata como o senso comum sugere que yoga e meditação são atividades diferentes não necessariamente vinculadas. Essa perspectiva é reforçada por um modelo de aula de yoga bastante difundido centrado na realização de posturas.
Isso está tão enraizado que sinto a estranha necessidade de especificar que dou aula de yoga e de meditação [também]. Mas a verdade é que yoga e meditação são atividades tão relacionadas que de um ponto de vista mais amplo essas palavras são praticamente sinônimos.
Yoga num sentido profundo se refere tanto a um estado meditativo de aquietamento mental que objetiva a compreensão da natureza do eu, como a todo um conjunto de meios, chamados em sânscrito de sadhana, para se alcançar esse propósito.
Conheça a sadhana do yoga na compilação feita por Patañjali: Os oito passos do Yoga
Da mesma forma, meditação não é apenas o momento que sentamos e fechamos os olhos para realizar alguma técnica meditativa, envolve todo um caminho e preparação para igualmente chegarmos a um aquietamento da mente tendo em vista o autoconhecimento.
Parece que estou falando da mesma coisa, não é? E não deixa de ser, até mesmo se olharmos yoga e meditação em diferentes vertentes do pensamento oriental chegaremos nessa conclusão ou em algo muito próximo.
Claro que podemos tratar yoga e meditação como dois temas, da mesma forma que poderíamos analisar o surfe dividindo a atividade em dois momentos: quando o surfista tem que remar para pegar uma onda e o momento que ele fica de pé na prancha.
Como é dito, fazer essas divisões podem atender propósitos didáticos, mas é fundamental conservar a noção de que essas particularidades se dão dentro de uma unidade, um contínuo de atividades inter-relacionadas.
Compreenda essa relação mais a fundo
Transforme em uma vivência
Inicie-se na meditação
Mergulhe mais fundo
Espero que esse artigo contribua na sua jornada de autoconhecimento e se isso de fato ocorrer conto com a sua colaboração na difusão dessa compreensão para que mais pessoas possam vislumbrar a riqueza dessa prática que se encontra por debaixo dos esteriótipos do senso comum.
Abraço e harih om!
Por Gilberto Schulz

Gilberto Schulz tem formação técnica em yoga pela ABPY e participação em cursos no Brasil e na Índia com professores de referência da tradição do yoga. Atua há mais de 10 anos ensinando yoga e meditação
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