
Quem nunca ouviu essa pergunta ao ser identificado como um praticante de yoga? Curiosamente, em contextos informais, essa indagação acaba sendo mais frequente do que “o que é yoga?”
A resposta que a maioria dos envolvidos com a prática dá é: “que diferença faz?”. Realmente, para quem já entrou em contato com o yoga, e desfruta seus benefícios físicos, mentais e emocionais, essa pergunta é irrelevante, poderia se chamar ioiô.
É claro que, de acordo com o interesse de cada um, aprofundar-se é natural e nesse caminho, aprender que yoga é uma palavra em sânscrito, reconhecer a importância dessa língua e até mesmo estudá-la é fundamental, mas por outras razões mais relevantes.
De qualquer forma, essa questão vem percorrendo o tempo e pensando em saciar essa curiosidade que não deixa de ser legítima, segue uma resposta um pouco mais elaborada.
Quando vemos a palavra yoga grafada com “y”, estamos diante de uma transliteração¹ do sânscrito e nesse idioma, yoga é uma palavra masculina, portanto o correto é o yoga. Ainda nessa circunstância, não ocorre o acento circunflexo no “o”, não é necessário, pois nessa língua, essa vogal tem sempre a mesma pronúncia, longa e fechada.
No entanto, a grafia ioga também está correta, pois trata-se de um aportuguesamento, essa palavra foi introduzida no idioma português e podemos encontrá-la no nosso dicionário. Nesse processo, ela assumiu o gênero feminino, então seguindo essa convenção temos a ioga e nesse contexto o “o” de ioga é aberto e sem acento por conta de regras de fonética e de acentuação do português.
Resumindo. De acordo com essas convenções apresentadas, se falar yoga com o “o” fechado ou escrever com “y”, o correto é “o yoga”. Se falar com o “o” aberto e escrever com “i”, “a ioga”.
Fique à vontade para escolher a forma que preferir e caso você se esqueça ou inverta. Tudo bem, realmente não faz tanta diferença.
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Harih Om
Por Gilberto Schulz
¹Transliteração, em sentido estrito, é um mapeamento de um sistema de escrita em outro. Tenta ser sem perdas, isto é, o leitor informado deve poder reconstruir a ortografia original de palavras transliteradas que desconhece. Para consegui-lo, deve definir convenções complexas sobre como transliterar letras que não têm correspondência direta na escrita de destino. No caso, refiro-me ao alfabeto internacional para a transliteração de sânscrito (em inglês International Alphabet of Sanskrit Transliteration, de acrónimo IAST) é um esquema muito difundido de transliteração de alfabetos de origem brâmica. O IAST é o sistema de transliteração mais difundido para a romanização de sânscrito e de pāli
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Em toda palavra feminina que possui o hiato ‘io’ antes de todas as consoantes, com exceção de m e n, a letra ‘o’ é pronunciada aberta. É o caso de mariola, viola, gaiola, piora, mafiosa, taioba, mandioca, graciosa, a idiota, a agiota, etc. Portanto, a pronúncia correta, segundo a língua portuguesa, deve ser ‘ióga’. E a grafia portuguesa é ‘ioga’.
Uma coisa é sânscrito e a outra é considerar o termo aportuguesado. O artigo, não sei se leu atentamente, contempla as duas explicações, de qualquer forma agradeço a contribuição.
Abraço.