“Nesse dia eu percebi que não corria mais conscientemente, eu estava numa dimensão diferente para mim. O circuito era um túnel que eu simplesmente seguia, seguia e seguia. E percebi que eu ia além da minha compreensão consciente (racional). Eu cheguei tão perto da perfeição neste fim de semana que relaxei, eu abri uma janela para o erro. Eu aprendi com isso e desde então eu fui voltando aos poucos porque eu perdi um pouco de confiança naquele momento. E aí voltei (alerta) e me tornei mais forte depois desse incidente, de alguma forma eu me aproximei de Deus. E isso foi muito importante para mim como homem.”
Declaração de Ayrton Senna após ter batido poucas voltas do fim de uma corrida, GP de Monte Carlo de 1988, que ele liderava com folga. O acidente ocorreu depois dele receber um aviso por rádio de sua equipe dizendo que a vitória estava garantida e que ele poderia administrar o desempenho ao invés de ficar fazendo volta mais rápida atrás de volta mais rápida.
A experiência não é de samadhi e sim de um ego em competição contra si mesmo. Aí a janela do erro…
Olá Rubens, fico contente de ver seu comentário aqui no blog. Sobre o post entendo que, devido a natureza do tema, é possível assumirmos diferentes pontos de vista sem que necessariamente um tenha que estar certo e o outro errado. Na minha visão, ele descreve uma experiência de samadhi, mas não descreve como alguém que saiba do que se trata, descreve, de repente, como você disse “da perspectiva de um ego em competição contra si”.
Acho que sim [que é a perspectiva de um ego em competição], mas não necessariamente contra o seu próprio ego, mas contra o ego do outro [no caso, Alain Prost, seu adversário de campeonato e de equipe àquela ocasião]. De qualquer forma, não impede que seja a experiência de samadhi.
Sim, Rogério. E mais importante do que concluirmos se era ou não Samadhi é estarmos pensando a respeito do tema de uma perspectiva mais cotidiana.
Harih Om
Embora lutar contra o ego do outro seja, em partes, lutar contra seu próprio ego, rs. Mas o interessante mesmo é notar o poder de concentração, de foco. Mais tarde o Senna deixou escapasr que o objetivo dele nessa corrida era dar uma volta em Prost. Focado e concentrado chegou onde chegou.
Claro. Lembro dessa declaração dele e estava quase conseguindo, acho que chegou a dar uma volta no 3° ou 2° colocado…
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